terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vestibular - parte II

Bom, como eu falei no post anterior, o vestibular muitas vezes pode gerar uma insegurança grande. E que nem sempre a solução está em fazer um teste e seguir cegamente o resultado. Bem, na verdade em boa parte das vezes sequer existe uma solução ótima.

Mas se a questão de vocação e aptidão não nos dão a resposta então o que fazer?

Com o passar do tempo fui vendo que muitas vezes informações secundárias podem fazer a diferença. Por isso separei algumas perguntas:

-Como quem você quer trabalhar? Mais individualmente, ou tendo mais contato com as pessoas, tendo o público bem a sua frente, ou mais longe...


-Em qual ambiente trabalhar? Ar livre, escritório, escola, universidade... as opções são muitas.


-O quanto o dinheiro conta para você? Você é capaz de fazer algo que não te empolgue muito, mas te dê muito dinheiro?

-Qual é a sua tolerância para "correr atrás"? Sim, existem áreas com maior necessidade de profissionais que outras. Caso você vá para uma área saturada, vai ter fazer um esforço imenso, possivelmente vai ter que passar alguns anos com problemas sérios de dinheiro... Não dá para comparar, por exemplo, um concurso público com mais de 10 mil inscritos com uma profissão onde o mercado corre atrás de especialistas. No primeiro caso a pessoa vai ter que se matar de estudar para um dia conseguir passar (geralmente um dia beeeeeem lá na frente). No segundo caso a pessoa terá sim que levar a sério, se esforçar, mas já tem a garantia de que se fizer tudo direitinho vai ter o seu lugar.

-O que você REALMENTE vai ter que estudar e fazer na faculdade? Quando fui fazer Direito não tinha a menor idéia de como iria estudar. Só me diziam que tinha que ler muito. Mas ler muito o que? E o que mais deveria fazer para ter sucesso? Não sabia nada disso, e essas são informações cruciais. Como hoje em dia a informação está muito difundida, tente procurar algum livro básico ou apostila sobre o assunto na internet. Se não tem vá a biblioteca de alguma faculdade de sua cidade e veja os livros da profissão em que você tem interesse. Procure se informar sobre o cotidiano dos alunos, que tipo de estágio fazem, pesquisas, etc...

-Como você deseja trabalhar? Horário fechado ou mais flexível? Professores geralment eganham conforme as horas de aula que dão, tem uma flexibilidade maior, podendo pegar muitas ou poucas turmas. Já outras profissões são mais complicadas, acaba sendo o esquema de horário fixo. Algumas profissões permitem que se faça o trabalho em casa. O que combina mais com você?

-Você quer ser um empregado ou trabalhar por si mesmo? Algumas profissões permitem o trabalho autônomo mais do que outras.

-Quais são seus talentos e possibilidades? Alguém que não vai bem em matemática terá muita dificuldade para ser aprovado em um vestibular para a área de exatas. Do mesmo modo, se você tem um talento destacado em uma determinada área é mais fácil que as portas se abram para você. Veja seus pontos fortes e fracos, Veja também a possibilidade em relação a relação candidato/vaga e se você tem condições financeiras de pagar um bom curso pré-vestibular. Tentar algo muito difícil quando você não tem um desempenho bom não vale muito a pena, a não ser que você realmente seja apaixonado por aquela profissão.

Bom, essas foram as perguntas que se respondidas podem ajudar pelo menos a dar um ponto de partida. Claro que ainda é muito importante saber quais matérias você gosta e vai melhor na escola, no que você tem talento. O ideal é tentar combinar: faça um teste vocacional, mas tente também saber mais sobre as profissões. Separe ao menos algumas que mais tem a ver com você. Isso não soluciona o problema, mas pelo menos melhora um pouco.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vestibular: como decidir a profissão?



Como eu disse no primeiro post, algumas coisas que eu pensava na época do meu vestibular se mostraram totalmente erradas. Eu tentava buscar informações, lia guias de profissões, fiz testes vocacionais. Mas algumas coisas ninguém nunca me disse.

Por exemplo... será mesmo que os testes vocacionais vão te ajudar a decidir alguma coisa? Eu fiz 2. Um em forma de prova escrita, onde eram medidas as habilidades e a vocação com base nas respostas. Achei ele bem razoável, mas haviam coisas que não me agradaram. O outro na verdade era a orientação da psicóloga da minha escola. E aí pior minha insegurança. Ambos deram a mesma faculdade: Direito.

Então qual era o meu problema? É que além de nunca ter tido aquela "paixão" utópica por alguma área nos testes frequentemente me deparava com perguntas que me deixavam muito na dúvida. E eles eram exatamente na área que media a "vocação". Será que marcar uma letra em uma múltipla escolha totalmente sem convicção conta? Afinal era isso que ia decidir tudo. E esse problema tive nos 2 lugares. Embora a psicóloga não tenha me apresentado múltiplas escolhas, fazia algo terrível: me mandava fazer uma lista de profissões e ir diminuindo aos poucos.

Bom... eu tenho 100% de certeza de que se estivesse fazendo os testes em outros dias marcaria respostas diferentes e escolheria questões diferentes. E essa é a questão: a gente sempre está mudando.

Pior: na época eu era muito jovem. Nem sabia quem eu era. Só consegui achar mesmo uma identidade muito depois. Não conhecia pessoas extremamente importantes, não tinha pensado em certas coisas, não tinha tido as experiência que tinha que ter passado para crescer. Ou seja: aquele não era o "eu" que sou hoje e que iria me transformar mais cedo ou mais tarde. Como o teste podia dar certo?

Bom, não deu... se voltasse no tempo com certeza não teria escolhido Direito. Mas o fato é que precisamos tomar uma opção, mesmo que a maioria das pessoas não tenha maturidade o suficiente naquela idade.

E aí volta aquela conversa sobre ter várias decisões no resto da vida. Você sempre pode fazer outro vestibular, escolher uma área dentro daquela profissão que tenha mais a ver com você, fazer um MBA ou mestrado em outra carreira e unir seus conhecimentos, tentar concurso público, etc...

Então o que fazer para escolher bem? Não tem como escolher 100% bem, a não ser que você seja bem maduro ou tenha tido aquela paixão louca por uma atividade. Você vai se descobrindo com o tempo. Então o que fazer? Bom, vou explicar melhor depois, mas é muito importante você tentar saber de qual caminho será proposto a você no futuro. Não um caminho reto, mas cheio de entroncamentos lá na frente. O objetivo é dar o primeiro passo na direção "mais ou menos" certa. Acho que já é um ótimo começo, nã0?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O que fazer?



Lembro até hoje de quando estava no terceiro ano do ensino médio. Não tinha a menor idéia do que fazer, que profissão seguir. Sempre pensei que fosse mais ou menos como estar apaixonado: na hora que aparecesse a profissão "certa" o meu coração simplesmente pularia e algo mágico aconteceria. E aquela simples decisão iria decidir toda a minha vida. Bem, isso já foi há muito tempo e até hoje nunca senti nada assim. Pior, descobri que estamos constantemente em dúvidas do mesmo tipo daquelas que sentimos naquele momento.

Podemos até mesmo "acertar" de primeira e seguirmos na mesma profissão que escolhemos com 17 anos. Mas depois já vemos outros "dramas" dificílimos pela frente. Em qual área dentro daquela profissão devo me especializar? Quando e onde arrumar estágio? Devo seguir a vida acadêmica, tentar concurso ou arrumar um bom emprego na iniciativa privada? Todas essas são escolhas tão importantes quanto a primeira. Não duvide, você várias vezes terá que planejar seu futuro e decidir tendo poucas informações. Exatamente como no vestibular.

Enfim, o primeiro passo é saber que você deve ter um planejamento constante. E que informações úteis nunca são demais. Aliás, certamente elas sempre serão poucas.